Um salário que faz jus ao nome.. MÍNIMO!
Em Portugal, apesar de o número de desempregados não ser dos mais altos na Europa, mesmo assim o trabalho continua
a ser mal pago, pouco profissional e com um salário mínimo de fazer inveja.. aos países de terceiro Mundo. Numa Europa em que a Alemanha surge como única excepção pelo facto de não ter um salário defensor e que impeça abusos por parte do patronado, o salário mínimo está implementado em todos os países, e é um excelente espelho do estado da economia local. Em Portugal actualmente o salário mínimo é de 416€. Actualmente muda todos os anos, apesar de esse aumento ser muito pouco significativo e ronda os 2,5% por ano. A inflação tem subido cerca de 2,4% anualmente, ou seja, com estas ligeiras subidas, o Governo não pretende dar ou melhorar qualidade de vida aos Portugueses, apenas estagnar as dificuldades em que vivem estes cerca de 300 mil trabalhadores que dependem do constrangedor salário mínimo. Longe vão os tempos áureos, como 1990, ano em que se verificou uma subida de 13,8% nesse mesmo salário, fixando-se na altura nos 174€, traduzindo um número divulgado nos saudosos Escudos (e como complicou a vida aos Portugueses o Euro, apesar de pouco falado na Comunicação Social, naquele que parece ser um tema Tabu da nossa Imprensa)
Vamos olhar lá para fora, e não precisamos de ir muito longe. Basta olhar para o lado e para a nossa única fronteira que a nossa situação geográfica permite ter. Aqui ao lado, o salário mínimo cresce cerca de 5,5% ao ano fixando-se actualmente nos 570€. O problema não está só nos quase 160€ que os “nuestros hermanos” recebem a mais, está também no brutalmente inferior numero de despesas que o Governo os proporciona. Bens alimentares, Imóveis, Automóveis e Combustíveis custam francamente menos do outro lado da fronteira, o que leva lá muitos Portugueses diariamente que não se importam de atravessar vários kilometros. Até os nossos eternos companheiros de cauda de tabelas do Eurostat, os gregos estão neste campo bem acima de nós com um salário mínimo fixado acima dos 600€ (!) ou seja 30% acima do nosso.
Mas para realmente nos deprimirmos, vamos directos ao paraíso dos Portugueses inconformados. Falo do Luxemburgo, onde o salário mínimo é de 1369€, mas não pense que o principado é caso único. A mão-de-obra bem paga é um “ex libris” do Benelux. Também na Bélgica e Holanda, a cifra ultrapassa os 1200€ e a qualidade de vida é incomparável com a nossa. Se estes países e respectivos ordenados lhe pode parecer uma surpresa, o mesmo não se pode dizer do sempre vigoroso Reino Unido, e da sua fortíssima moeda. Também lá, todo o trabalhador legal e a full-time recebe no mínimo mais de 1000€.
A crise e falta de vitalidade da nossa Economia não é uma novidade. O Governo assume-o, pede esforços, pede contenção, aperta o cerco aos que fogem ao fisco e tenta REpor a justiça social. Os Portugueses têm correspondido, pois não acreditam que esta situação possa piorar. Mas pode. Apesar das boas iniciativas deste Governo, que tem deliberadamente tentado promover Portugal não numa cansada Europa, mas num ascendente Oriente e procurado investidores para se instalarem no nosso País, essa estratégia claramente que não é suficiente. Só espero que o nosso Ministro da Economia Manuel Pinho seja melhor a tomar decisões e a trabalhar… do que a prestar declarações.
1 comentário:
Antes de mais, felicito o Filipe por trazer um tópico que já fazia falta a este blog: Economia. Não sendo eu um entendido desta matéria, nem sequer um estudante da mesma, é um tópico que eu considero deveras importante e o sub-tópico especificamente discutido (o do salário mínimo português) é um que muita gente têm vindo a comentar e a criticar.
Eu vou mais longe, eu vou ridicularizá-lo. O salário mínimo é, na minha opinião, um insulto aos milhares de trabalhadores que o auferem. São - na sua maioria - trabalhadores não-qualificados que vêm o preço da sua mão de obra ser vendido ao desbarato. Mas, mesmo não sendo o que se apelidaria de um profissional qualificado são trabalhadores esforçados e experientes que vêm noutros países (tal como os "Nuestros Hermanos") uma possibilidade única mas um pouco fora do alcance.
Como é do conhecimento de todos, a qualidade de vida dum português médio é classificada como das piores da Europa. Logo, o normal seria que o Custo de vida dum português médio também se encontra-se no fundo da tabela mas , isso não acontece. O custo de vida dum português encontra-se bem lá em cima como um dos mais caros da Europa. Como tal, deve ser um objectivo do governo nivelar estas posições e para isso, é - na minha opinião - fundamental o aumento da taxa de crescimento anual do Salário Mínimo para conseguir aumentar o rendimento médio do português e assim, subir a qualidade de vida do mesmo.
Mas, como nem tudo são más noticias, veio hoje a público um projecto do nosso governo socialista (Será?) que pretende qualificar UM MILHÃO de trabalhadores até ao ano de 2010, aumentando as vagas a cursos técnicos e aumentando também o número de centros profissionais por todo o país.
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