segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

O declínio do cinema

Estou a utilizar a palavra "cinema" na sua versão original. Cinema mesmo, o acto partilhado por tantos de nós de ir ao cinema, um programa social por excelência, apesar da pouca convivência activa que daí resulta. Apesar de tudo, creio, que o cinema tal como ele é poderá estar em declínio. Com isto quero exprimir uma ideia que apesar de todos os prós e contras, sou acérrimo defensor: O maior erro da Indústria do cinema foi adaptar-se ao meio digital e com isso.. expor-se ao perigoso mundo dos computadores. Claro que o VHS estava gasto e um novo formato era imperativo, mas o risco foi grande demais, e o DVD uma aposta perigosa que foi aproveitada por milhares para fazerem disso negócio. O mundo da Pirataria.

Com os milhares de sites inclusivé nacionais, nos quais ninguém imagina o quão fácil é tirar filmes, e para os menos dotados informaticamente, com os DVDS piratas à venda em cada esquina das grandes cidades, o sofá e o aumento do conforto para o espectador caseiro é cada vez mais uma vantagem. Sistemas de Surround ao preço da chuva, leitores de DVD que rondam os 30€ e plasmas que ocupam um espaço cada vez maior nas lojas da especialidade, com preços cada vez mais competitivos convidam a um excelente programa para um serão familiar: Ver um bom filme. Uma família de 4 pessoas, fora a deslocaçao, custa pelo menos 18€ em bilhetes, mais as inevitáveis pipocas que não sao mais do que milho com açúcar e custam 3 e 4€ cada pacote. Sinto me sempre roubado, convem dizer.

Ou seja, o cinema assim como a televisao (n.d.r. ver post "A personalidade do Ano: YOUTUBE") vai ter de se adaptar às novas tecnologias. Vai ter de se tornar mais convidativo. Vai ter de promover o espectador a um papel mais interventivo. Criar sensações, bancos que interagem com a acção, colunas no encosto das cabeças, ecran tridimensional e qualquer avanço que posssa promover o feedback filme - cinéfilo. Não pensem que ando ao ritmo do séc. XXII, esta tecnlogia vi-a recentemente à frente dos meus olhos, uma televisão a 3D, onde a título de exemplo se via avenida comprida e os diferentes candeeiros apareciam de forma gradual, uns à frente dos outros. O ecran não era plano, era cortado em várias linhas e de perto nada fazia sentido, era necessário estar a pelo menos mais de 1 metro para nos dislumbrarmos e eu perceber que estava perante o novo paradigma da tecnologia audiovisual.

A quebra de espectadores nas salas de cinema tem sido pouco notória, e daí a preguiça e falta de vontade que os proprietários das maiores salas como a Lusomundo, em investir avultadas quantias para se adaptarem aos tempos modernos. A tecnologia da imagem não melhorou desde os anos 80, continua num formato perfeitamente rudimentar e analógico. Como dizia, a descida dos número de espectadores não baixou, mas o número-alvo de pessoas que vão ao cinema aumentou, tendência essa que não se ve. Como se explica que com mais jovens e pessoas que declaram gostar de ir ao cinema (2,5 milhões) o número de espectadores não aumente mais baixe apesar de pouco? Basta dizermos com isto que o último filme de JAMES BOND foi o mais visto de sempre.. Acham que era assim tão melhor e que todos queriam ver o "blue-eyed" 007 ou que o número de interessados aumentou? A resposta parece-me óbvia. Tornem lá o cinema numa experiência única como era para a geração de 60, em que numa estreia apareceu um comboio filmado de frente e meia sala evacuou a achar q de facto vinha contra eles. Tornem tudo mais real e os espectadores vao (re)aparecer, e a primazia do cinema em deterimento do sofá (re)nascer.

6 comentários:

Anónimo disse...

Fixe..

Anónimo disse...

grande tema....lol...muito interessante. a parte do comboio deixou-me agitado..deve ter sido um panico. lol fale de coisas sérias.

Filipe Lello Ortigão Guimarães disse...

És o maior! Amanhã tento falar do Goucha para gostares. Mas também para escreveres "um pânico" mostra que vocabulário não é o teu forte. Sempre tens o site do Noddy

Anónimo disse...

mais forte que o teu..que não escreves duas frases sem erros.

Filipe Lello Ortigão Guimarães disse...

Obrigado por vires pelo menos 2 vezes por dia ao meu BLOG, escreveste de manhã e à tarde. É sinal que gostas e estás ansioso que eu escreva para aprenderes alguma coisa. A "faixa intelectual" que eu queria aqui era uma um bocado mais alta e culta, mas gosto que venhas. Eu deixo. Saudações (ou se quiseres Saudassões)

Annie disse...

Grande tema,sim senhor!
Ir ao cinema tem o seu "quê"..
Não está é acessível a todas as bolsas,pelo que me parece.
Quantas vezes convidei pessoas para irem ao cinema e tive como resposta que comprar um bilhete é como deitar dinheiro ao lixo.
Lá está...facilidades das novas tecnologias ou seja lá o que for.
Eu não dispenso uma ida ao cinema. Assistir a um (bom) filme numa sala de cinema tem sempre outro sabor e acredito que o fascínio pela 7ª Arte não tenha desvanecido por completo.