Presentemente, todos os continentes têm pelo menos uma mulher Presidente da República. Várias na Europa, como na Merkel na Alemanha ou Kaarina Halonen na Finlândia, na Ásia, caso das Filipinas ou África que viu recentemente a primeira presidente mulher na Libéria, que ganhou ao "todo-poderoso" George Weah na corrida, o que traz redobrado significado. Mas ninguém bate a América neste ponto. Chile, Panamá, Haiti, Nicarágua, Equador e Bolívia já viram uma mulher à frente dos destinos do País desde os anos 80 até ao presente. Na Europa e no Mundo, é indisfarçável que a tendência é para proliferarem,mulheres na presidência, e nunca o contrário. A comprovar isso, temos duas das mais fortes nações do Mundo, EUA e França, que através de Hillary Clinton e Segolène Royal estão na eminência de engrossar a representação feminina na políica Mundial. E nós cá em Portugal, estamos prontos para ver uma mulher como Presidente da República?
Sendo Portugal um país de contrastes, litoral/interior, cidades/aldeias, a minha resposta mesmo assim é positiva. Desconfio seriamente que, e vou falar de uma mulher que talvez seja a única no actual contexto político Português, se Manuela Ferreira Leite tivesse concorrido pelo PSD a Belém em vez de Cavaco, venceria, apesar de renhido, Manuel Alegre e Mário Soares seria até uma presa fácil. Digo mais, se Manuela Ferreira Leite se tivesse candidatado, o PSD teria-a apoiado e talvez ocultado o nome de Alegre. E que consequências teria o facto de termos uma mulher Presidente? Desde já, menos tolerância, mais perseguição por parte das revistas cor-de-rosa, menos liberdade para tomar opções e mais contestação por parte do típico homem (e não pus maiuscula de propósito) Português, e vocês sabem de que género falo, que felizmente está em vias de extinção.
Comparo, claro que num patamar diferente, uma Mulher à frente do País, como uma árbitra a apitar uma clássico do futebol Português. E para isso vos garanto que não estamos prontos.. Pelo que a minha posição, apesar de firme não é linear. Apesar de nos sentir preparados, não sei se os "contras" que essa mudança acarretaria, venceriam os "pros", que são seriedade, competência, dedicação e esforço. E o que seria do marido da Presidente? Alheio a este facto, não está certamente o facto de a maioria destas mulheres ser solteira. As primeiras damas (bem que tentei, mas não consegui encontrar a versão masculina para este termo) têm como missão representar os maridos, em deslocações e missões sociais. Não imagino homens a desempenhar este tipo de actividades, iriam se querer sempre intrometer no papel que não lhe pertence, no de Presidente. Iria querer muito mais atenção e falar muito mais para a Comunicação Social. Pelo que, sem rodeios, seriam um problema. E as mulheres sabem disso..
Este meu comentário, mais do que nunca, é uma reflexão e não faz sentido se não for abordado e discutido. Talvez quando digo mulher, poderia dizer negro. Pelo que não é uma questão machista ou racista, é apenas um problema de quebra de estereotipos. Mais uma vez, façam um esforço mental. Imaginem não o Governo, mas um jogo de futebol. Árbitro negro e um penalty marcado contra a equipa visitante perante 30.000 espectadores. Estamos prontos? Vai ser breve? Fica a pergunta, ou se quiserem, o desafio..