segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Há tantos que já têm.. E nós, estamos preparados?

Presentemente, todos os continentes têm pelo menos uma mulher Presidente da República. Várias na Europa, como na Merkel na Alemanha ou Kaarina Halonen na Finlândia, na Ásia, caso das Filipinas ou África que viu recentemente a primeira presidente mulher na Libéria, que ganhou ao "todo-poderoso" George Weah na corrida, o que traz redobrado significado. Mas ninguém bate a América neste ponto. Chile, Panamá, Haiti, Nicarágua, Equador e Bolívia já viram uma mulher à frente dos destinos do País desde os anos 80 até ao presente. Na Europa e no Mundo, é indisfarçável que a tendência é para proliferarem,mulheres na presidência, e nunca o contrário. A comprovar isso, temos duas das mais fortes nações do Mundo, EUA e França, que através de Hillary Clinton e Segolène Royal estão na eminência de engrossar a representação feminina na políica Mundial. E nós cá em Portugal, estamos prontos para ver uma mulher como Presidente da República?

Sendo Portugal um país de contrastes, litoral/interior, cidades/aldeias, a minha resposta mesmo assim é positiva. Desconfio seriamente que, e vou falar de uma mulher que talvez seja a única no actual contexto político Português, se Manuela Ferreira Leite tivesse concorrido pelo PSD a Belém em vez de Cavaco, venceria, apesar de renhido, Manuel Alegre e Mário Soares seria até uma presa fácil. Digo mais, se Manuela Ferreira Leite se tivesse candidatado, o PSD teria-a apoiado e talvez ocultado o nome de Alegre. E que consequências teria o facto de termos uma mulher Presidente? Desde já, menos tolerância, mais perseguição por parte das revistas cor-de-rosa, menos liberdade para tomar opções e mais contestação por parte do típico homem (e não pus maiuscula de propósito) Português, e vocês sabem de que género falo, que felizmente está em vias de extinção.

Comparo, claro que num patamar diferente, uma Mulher à frente do País, como uma árbitra a apitar uma clássico do futebol Português. E para isso vos garanto que não estamos prontos.. Pelo que a minha posição, apesar de firme não é linear. Apesar de nos sentir preparados, não sei se os "contras" que essa mudança acarretaria, venceriam os "pros", que são seriedade, competência, dedicação e esforço. E o que seria do marido da Presidente? Alheio a este facto, não está certamente o facto de a maioria destas mulheres ser solteira. As primeiras damas (bem que tentei, mas não consegui encontrar a versão masculina para este termo) têm como missão representar os maridos, em deslocações e missões sociais. Não imagino homens a desempenhar este tipo de actividades, iriam se querer sempre intrometer no papel que não lhe pertence, no de Presidente. Iria querer muito mais atenção e falar muito mais para a Comunicação Social. Pelo que, sem rodeios, seriam um problema. E as mulheres sabem disso..

Este meu comentário, mais do que nunca, é uma reflexão e não faz sentido se não for abordado e discutido. Talvez quando digo mulher, poderia dizer negro. Pelo que não é uma questão machista ou racista, é apenas um problema de quebra de estereotipos. Mais uma vez, façam um esforço mental. Imaginem não o Governo, mas um jogo de futebol. Árbitro negro e um penalty marcado contra a equipa visitante perante 30.000 espectadores. Estamos prontos? Vai ser breve? Fica a pergunta, ou se quiserem, o desafio..

6 comentários:

Anónimo disse...

normalmente apoio os seus comentarios, mas este tem tanto de patético com de descabido. É melhor olhar bem para os verdadeiros problemas do país.

Filipe Lello Ortigão Guimarães disse...

Neste momento parece que o problema do país é a "menina" que a TVI e o 24 horas exploram por dar uma boa novela. Pais biológicos, Pais adoptivos, quem merece a custódia da rapariga? Além do mais, se for lendo os meus posts, poderá constatar que isto não é um espaço informativo, nem pretendo escrever sobre os temas que abrem telejornais. É um espaço de reflexão, e é inegável que o espaço das mulheres na política está a crescer. Finlândia, Alemanha e França segurante, ja têm uma presidente. Que consequências teria ter uma em Portugal? Já agora, escrevo todos os dias. Quais são os problemas que o país tem hoje que não tinha ontem? Gostava que me desse sugestões.

PS - Agradeco como sempre o seu comentário. Mas são suposto ser um complemento do post, não um juízo de valor nem uma avaliação ao tema escolhido.

Anónimo disse...

A temática mulheres/politica, esteve à alguns meses em cima da mesa, muito se falou muito se discutiu, e acabou-se por aprovar na assembleia da republica a lei do "1/3 dos próximos órgãos políticos eleitos terão que ser mulheres, mesmo que existam homens melhores para desempenhar o cargo". Ou seja, a nova lei, obriga que em qualquer eleição (Freguesia, autárquica, legislativas, ou europeias) 1 em cada 3 candidatos terá que ser uma mulher! Assim sendo, estou convencido que esta lei é um atentado a democracia... E que acima de tudo, é completamente constrangedor e humilhante para as mulheres, pois ao estabelecer esta regra, assume-se que as mulheres só por si, não tem capacidade para alcançar os lugares... O que obviamente não é verdade, pois existem homens e mulheres com imensa qualidade, para ocupar todo o tipo de lugares, não existem cargos para homens ou mulheres, existem cargos para pessoas competentes! Por acreditar na capacidade das mulheres, fui contra esta nova lei... porque alem disso, nunca vi nenhuma mulher deixar de ser alguma coisa só por ser mulher, mas já vi pessoas a serem alguma coisa só por serem mulheres.
Por isto tudo, acredito que as mulheres não precisam de regimes especiais, só por si são capazes de desempenhar os cargos e os lugares, e que a sociedade, desde a muito esta preparada, para ver uma mulher a frente do pais... E não querendo ser vidente, arrisco me a dizer que o próximo chefe do governo pode vir a ser uma mulher.
A sociedade precisa é de bons dirigentes, pessoas capazes... sejam eles homens ou mulheres, apareçam, intervenham, porque a sociedade precisa de todos!

Anónimo disse...

Estou 100% de acordo com o que disse o Miguel, várias vezes tenho defendido esta opinião em discussões mas nunca a consegui expor de maneira tão clara e precisa. Quanto ao tema de hoje, eu sinceramente penso que ainda não estamos preparados, não pela não existência de mulheres capazes ou por essas mesmas mulheres não estarem preparadas, mas porque o nosso país não está preparado, ainda! E sinceramente neste momento não vejo mulheres que possam vir a ter esse género de objectivos a curto prazo. Talvez a Manuela Ferreira Leite tivesse sido uma boa candidata mas na minha opinião nunca para Presidente, muito mais para Primeiro-Ministro.. `
Espero estar enganado e que tenhamos mulheres como candidatas em proximas eleições

disse...

a resposta a este post em www.dicoazevedo.blogspot.com peço dsclpa ao meu carissimo colega pela publicidade mas curiosamente tinha escrito ha alguns dias sobre a questao feminina..

Filipe Lello Ortigão Guimarães disse...

Pegando nas palavras do Miguek Corte Real "nova lei, obriga que em qualquer eleição (Freguesia, autárquica, legislativas, ou europeias) 1 em cada 3 candidatos terá que ser uma mulher!"

É de facto um escandalo, é chamar lhes incapazes. Pior que um homem machista, é um homem com pena das mulheres e protector absoluto.