A personalidade mais mediática de 2006. YOUTUBE

Acredito que a "caixinha mágica" tal como nós a conhecemos tem os dias contados. E não são mais de 1000, acredito que até ao início de 2010 tudo isto que vemos hoje na televisão vai deixar de fazer sentido. Numa loja, o mais importante e quem tem sempre razão é o cliente.. O empregado/dono está subordinado a nós. E porque é que há de haver uma exepção nesta relação de fornecedor-consumidor chamada Televisão? Em vez de vermos o que queremos, temos de ver o que nos obrigam? E porque é que há de ser assim?


Antes de me centrar no YOUTUBE, a razão deste post, vou só explicar que há várias anos que está "pronta" uma tecnologia que nos permetiria avançar/recuar/escolher os programas de um "cardápio" diário género restaurante que nos permitiria ver o programa que quisessemos da grelha, à hora mais conveniente. A TV Interactiva (e que mega fiasco que foi) tinha esse objectivo. Antes de vos esclarecer de vez à pergunta, faço-vos outra muito mais simples: Quem
é que financia a Televisão e engorda os orçamentos? A publicidade. O que seria da publicidade se vissemos o que quisessemos? Finalmente, uma pergunta sem resposta. O problema é mesmo esse. Quantas pessoas consumiriam deliberadamente publicidade se não fossem obrigadas a isso? Poucas, e isso parou o avanço (que será inevitável) e o passo à frente que a TV tem de dar.


YOUTUBE. Mais do que um negócio que enriqueceu e de que maneira 2 jovens que o criaram, e mais do que um site sob a alçada da empresa GOOGLE, é o verdadeiro entretenimento geral. Querem ver um crocodilo a comer um cão? Garanto-vos que encontram lá. Querem ver 10 miúdos JackAss style a cair de bicicleta e ficarem desfigurados? Fácil. O Youtube é um reality show em que a única diferença é o facto de não estar em tempo real, compensando com isso o feedback que nos oferece. Isso mesmo, podemos dar os parabéns ao orgulhoso gordo que ganhou o imaginemos, Wisconsin Contest for Hamburgues Eaters, em que o vencedor comeu género 30 hamburgueres e arrecadou o prémio. Podemos ver o video, dar lhe os parabens e obter respostas. Interacção esta que falta nos "Big Brothers" e seus wannabes.

Li há dias que até a indústria pornográfica (e não falei desta indústria por acaso, é dos 3 negócios mais rentáveis da internet), está a mudar graças a fenómenos como o Youtube. As pessoas já não querem actrizes, tacões de agulha e camas coração giratórias, preferem ver HOMEVIDEOS pornográficos. Assim, a nova tendência é fingir que se está na própria cama de casa, numa qualquer semana de trabalho. Menos maquilhagem, menos produção.. MAIS LUCRO! As pessoas já não querem ver no telejornal a Guerra no Iraque acompanhada pelos profissionais, querem ver os vídeos amadores "feitos no campo" com toda a emoção, espontaneade e adrenalina que os pode acompanhar. Já não têm de ir a sites ver informações sobre países, querem ver turistas amadores a falar lhes deles e mostrar quando lá estiveram.

O panorama está sem dúvida a mudar, e o maior erro é não admitir o facto e tentar esconder que há de facto situações que estão incomportáveis. Não repitam o erro da Kodak, uma das maiores empresas do Mundo, famosa por máquinas descartáveis e revelações de fotografias. Quando no início dos anos 90, toda a indústria fotográfica percebeu que o analógico os rolos estavam acabados, a Kodak líder mundial estava convencida que era apenas uma moda passageira e não se iria manter.. Quando "acordou" para o fenómeno digital, era tarde demais, e tiveram de declarar falência. Hoje vai-se levantando.. Devagarinho. A história serve para isso mesmo, aprender com erros do passado. Não ignorem este avanço.