Negligências e passeios agradáveis

Assumo que quando lancei o meu BLOG tinha uma ideia na cabeça, contrariar a corrente pessimista, renascer o bom sentimento positivista e colocar o nosso país no patamar privilegiado e superior que merece. Ou seja, quis contrariar (sou um adepto fervoroso do contra) a tendência crítica e nefasta que a escrita em Portugal tem revelado. Quando algo de mau acontece é severamente falado, quando algo de bom acontece simplesmente esquecido. INFELIZMENTE no meu Blog, cedo percebi que às vezes não é fácil ser positivo em situações como as atrás referidas em outros dias e mais concretamente o “caso” que vos apresento hoje, o “Luz do Sameiro”.

29 de Dezembro de 2006. Uma embarcação com 6 pescadores todos oriundos das Caxinas afunda levando consigo um igual numero de vidas. Como acontece sempre nas tragédias deste género, há que apurar responsabilidades. Pescadores sem colete de salvamento? É verdade. Mar alto em pleno Inverno? Sempre perigoso e de desconfiar. Pesca em zona considerada perigosa e com correntes fortes? Inegável. Mas sendo público que o helicóptero do ISN demorou 1 hora e 40 minutos para chegar, escusadamente, uma vez que não dispunha dos meios necessários para efectuar um salvamento há que falar em negligência.. A opinião publica espera uma reacção governamental através dos Ministérios competentes, os pescadores desesperam por novos dados, a Marinha já lançou a ideia para o ar, só falta mesmo o Governo admitir que qualquer coisa não funcionou nessa madrugada falta..

E como se explica que sendo as Caxinas de longe, a maior zona piscatória do país, não haja uma delegação com meios próprios para o resgate em alto mar e se tenha de ligar para o centro do país para que as forças de salvamento aéreo actuem? Se uma zona como o parque nacional Peneda-Gerês tem uma área protegida, e a maior concentração de “verde” (o pulmão de Portugal), alguém imagina que tenha um quartel de bombeiro apenas a 200 kms? Ou em Lisboa, capital económica portuguesa onde se encontram as sedes das grandes empresas não tenha um banco? Onde está a actividade maioritária têm de estar os meios de auxílio. Não aconteceu… Custou 6 vidas. NOW WHO TO BLAME?