quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Oh NÃO, vamos ter massacre!

Quando estamos a 1 mês do referendo nacional sobre o Aborto agendado para o próximo dia 11 de Fevereiro, abre agora oficialmente a época de campanha, para Partidos e para os "movimentos de sensibilização". E aqui começa já a disparidade. Para terem Tempo de Antena , a Comissão Nacional de Eleições (CNE) obriga estas correntes ideológicas a serem creditadas e os número revelados hoje são assustadores. Existem actualmente em Portugal 14 (!) movimentos pelo NÃO e apenas 5 pelo SIM..

Uma vez que os tempos são divididos em 2 partes entre Partidos (apenas o "jovem" CDS/PP está pelo Não, o que não deixa de ser estranho) e Movimentos, os Portugueses vão ter pela frente uma autêntica "goleada" que vai durar 1 mês de constantes apelos ao NÃO. Mais, estes movimentos estarão todos reunidos na cidade do Porto neste fim-de-semana para debaterem a estratégia de combate ao Aborto, o que faz deles uma espécie de máquina partidária organizada, lutando contra um SIM que manifestamente depende da lógica e boa vontade para trabalhar.

E tanto fanatismo, tanta organização para combater OQUÊ? E aqui vou me revelar imparcial.. O SIM é um sinal dos novos tempos, significa um, ou dois se quiserem passos à frente, logo, a razão natural fala por si. Eu podia-me perguntar aqui o porquê da necessidade de lançar crianças indesejadas ao Mundo e encher orfanatos para depois lhes dedicarmos uma semana num ano na altura do Natal etc etc todo um rol de fundamentações mas vou deixar a minha "minoria" pelo SIM.. falar por mim.

Um dos grande inimigos do SIM é sem duvida o "SIM SIM, VOU MAS É FICAR EM CASA"! O referendo só é válido se a margem de votantes ultrapassar 50% do total de recenseados em Portugal, e apesar de não concordar com um excessivo tempo de antena, espero que ao menos isso "espicaçe" os Portugueses a exercer o seu dever e votar pelo futuro de muitas mulheres, homens, famílias e destino de crianças, numa decisão que seguramente vai vigorar para sempre. Se o SIM ganhar, sinal dos novos tempos, certamente nos próximos 500 anos a mentalidade não vai certamente regredir. Por outro lado se após a vitória de 1998, o NÃO voltar a dominar as intenções de voto.. Não vai haver nos próximos 20 anos e mais uma vez digo, seguramente, novo referendo. Não se deixem convencer, mas VOTEM

3 comentários:

Anónimo disse...

Não é com indiferença que leio estes posts, apesar de esta ser uma questão que já enjoa! Em primeiro lugar não percebi se te revelas imparcial com esse "sim moderno" ou se foi apenas lapso de escrita.
Não posso também deixar de dar a minha opiníão, concordo contigo com o exagero de movimentos pelo NÃO muitos deles baseados em posições algo extremistas, pois não se pode combater o SIM alicerçando toda a argumentação em algo que é uma questão de fé, que é o facto de se saber se o que está dentro da mulher até às 10 semanas é ou não vida. Como disse é uma questão de Fé. Eu voto Não, por várias razões que vou apenas enumerar e não explicar: o risco do Aborto se tornar em mais um meio contraceptivo com todos os inconvenientes daí inerentes; o papel do homem na decisão do aborto - nenhum, e porquê?; e os riscos fisicos e psicológicos inegáveis que um aborto provocam.
Sem me querer mais alongar, acho como tu importante que se vote e espero que não sejamos inundados com tempos de antena que são ridiculos.

Filipe Lello Ortigão Guimarães disse...

Em primeiro lugar e como cordialidade agradeço estares atento e interessado pelo Blog. Agora respondendo, sinceramente, apesar de "haver gente para tudo" não acredito que alguem comece a fazer abortos só pelo desporto. É algo marcante para uma mulher, é duro, traumatizante e perigoso. Eu não consumo drogas leves como haxixe, e se fosse legalizado... Não ia consumir na mesma! Com isto quero dizer, não é por ser "legal" abortar que se vão fazer mais. Tenho esta ideia, talvez inocente mas tenho..

Lapsos de escrita acredito que tenha, escrevo todos os dias para este espeço, pelo que até é o mais provável mas neste caso, revelei me imparcial e disse isso no início do Post. Escrevi que o SIM era um passo à frente, logo concordo. Sempre que escrevo informo-me sobre o que faço (apesar das 8 horas diárias na RTP a abosver telexes de agências noticiosas, chamadas e reportagens) e neste caso tive a SENSIBILIDADE de "google" fetos de 4,6, 8 e 10 semanas. Façam o mesmo, mais vale acabar com essa forma de existência do que lançar ao Mundo uma indefesa, indesejada e infeliz criança.. Eu voto sim. Ta confessado

Duarte Paul disse...

Filipe, antes de mais, gostaria de colocar uma questão que vêm no seguimento do teu comentário: achas que as jovens têm tão fácil acesso a clínicas de aborto ilegais como nós os jovens temos acesso a drogas recreativas? Penso que não, pois a facilidade que hoje em dia se consegue comprar uma droga recreativa é assustadora.

Para além disso gostaria de aproveitar esta oportunidade para mencionar apenas mais um ponto contra o aborto pois, já aqui foram referidos pelo Pedro os pontos psicológicos da questão mas não os financeiros que eu penso serem também bastante importantes.

Segundo números oficiais, se o “Sim” ganhar no referendo do dia 11, o governo terá que desembolsar no mínimo 10 milhões de euros. No entanto, a oposição garante que o preço rondará os 25 milhões de euros! Isto significa, que os mesmos jovens que não têm um (!) euro para um preservativo terão que pagar com os seus impostos um valor superior...

Para além disso, não acho correcto que as pessoas responsáveis, que utilizam métodos contraceptivos adequados, tenham que abdicar de parte do seu dinheiro “dado” ao estado para financiar os abortos de outros cidadãos invés de essa mesmo verba servir de financiamento para uma escola, uma ponte ou outro qualquer investimento de interesse público.