quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

As (tristes) concidências e pós-decisões

Rei morto, Rei Posto. Sou uma pessoa precavida, e após o desastre do mono carril no Rio Tua, resisti em escrever imediatamente sobre o tema e preferi esperar uns dias até haver conclusões/medidas/culpados/novidades. Afinal, a queda de um comboio de uma altura de 50 metros de uma ravina.. É sempre digno de ser comentado. Quando ouvi a notícia de relance, as palavras comboio, despiste, ravina e queda levaram me imediatamente a paragens como o Paquistão e mais 400 feridos e mortos ou qualquer outro país menos favorecido. Rapidamente percebi que tinha acontecido em Portugal e como tal, apenas 5 pessoas viajavam no comboio, 3 dos quais tripulação que lamentavelmente perderam a vida. Com isto podemos chegar a dois tristes pontos de vista: os transportes públicos continuam a perder força e foi uma enorme sorte apesar 3 vidas terem sido perdidas. Foi esta sorte que não tivemos quando a Ponte de Entre-os-Rios caíu quando um autocarro passava por cima.. Em mais uma tragédia que podia ter sido evitada.


Casa roubada, trancas na porta. Hoje está me a dar para os provérbios. Estava mesmo à espera que notícias como estas chegassem. A linha do Tua e toda a sua envolvência pelas margens do rio Douro sempre foi uma das linhas mais envolventes e bonitas da CP. Mas sendo um trajecto menos "acimentado" e mais "selvagem", atravessando áreas menos urbanas e mais montanhosas como Trás-os-Montes, o risco de quedas de pedras, derrocadas e outros acidentes considerados naturais são mais altos. Infelizmente, foi numa má altura que um estranho "bowling natural" fez cair uma pedra de 2 metros, uma vez que derrubou uma composição da CP. Vem agora a novidade, a REFER vai investir 1,5 milhões de euros este ano na linha do Tua. Faz lembrar a Ponte de Entre os Rios, e todas as tragédias que poderiam ter sido evitadas, caso a política fosse de PREVENÇÃO e não a lamentável política de REMEDIAÇÃO.

Provavelmente a maior parte dos leitores deste espaço não se lembrar do naufrágio do navio BOLAMA. É normal, aconteceu em 1991 quando eu tinha 6 anos. Estavam a bordo 30 pessoas e não ficou ninguém para contar a história. Também não parece haver um bom senso quanto às causas do desaparecimento, mas geralmente fica atribuído à falta de condições de comunicação que a Baía de Cascais e o seu respectivo Instituto Hidrográfico tinham. Pouco depois, essas mesmas linhas foram reforçadas, preparadas portanto para o séc. XXI. Ainda hoje temos novidades do Bolama. Como tal, temos a uma comissão, a dos Familiares do Bolama a pedir constantemente audiências e indeminizações. Esperemos que os corpos dos 2 funcionários da CP sejam encontrados para o bem da famílias e que depois sejam discutidas as condições de indeminização, com a maior das discrições e sem que isso entre no circo dos Media, o que nunca é positivo..

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