segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

O Referendo em 2 paragrafos (porque já ninguém aguenta mais..)

Foram meses de expectativa e discussões. Meses de massacre por parte da Comunicação Social, debates, conversas e horas de noticiários e trocas de argumentos. Uma brincadeira que custou aos movimentos e partidos políticos mais de 10 milhões de Euros, muitos pagos por nós. No final quem venceu, não foi o Sim.. Foi o NÃO, mas sem ter nada a ver com a interrupção voluntária da gravidez. Venceu o NÃO a referendos, venceu a indiferença e o "laisser passer" que tanto caracteriza este povo. É o terceiro referendo que não regista a participação de sequer metade dos eleitores recenseados, o que comprova quase cientificamente o distanciamento crescente entre as causas da classe política e os interesses do cidadão comum.

Gastou-se tempo e dinheiro. A verdade é que os apelos não resultaram e a mensagem não passou. É um exercício popular um referendo, uma pequena prova que o povo está interessado em melhorar condições e alterar algumas das temáticas mais polémicas do País. A próxima grande Lei a mudar vai ser (espero eu...) a do Tabaco. Mas temos a Eutanásia para discutir, a liberalização das drogas leves.. Valerá a pena passar por outra vergonha destas? Tenta-se tirar o futebol de Domingo, abrir urnas a cada 10 kms para estar mais perto do eleitor, mas nada resulta. Temos agora mais de 2 anos sem qualquer ida às urnas depois de entre 2005 e 2007 termos tido 4 eleições. Veremos se os Portugueses retomam os valores cívicos e de facto voltam a sentir o peso das grandes decisões que marcam a Democracia. De aborto, não se fala mais.

5 comentários:

Anónimo disse...

Chamem-me de ignorante, Chamem-me de burro mas eu acho que UM referendo (nenhum em especifico) é inútil. A minha opinião pode parecer drástica, "um voto é a palavra do povo" ; "Um referendo é a voz do povo" etc, etc.. Eu não discordo nem total nem parcialmente destas frases mas a minha opinião é a mesma e as bases em que a minha opinião se apoia são simples e são as seguintes:

1. No parlamento, estão representados vários partidos e vários ideais. Nesses deputados, o povo revê-se pois foi neles que caiu a sua confiança e o seu voto. Então, são esses mesmos deputados (os tais com a confiança do povo) que deviam decidir por nós. Nós - o povo - devíamos confiar nos deputados democraticamente eleitos e deixá-los fazer o seu papel: discutir o melhor futuro para Portugal.

2. O factor económico. Um referendo custa muito ao estado. Porquê fazê-lo mais vezes do que o necessário se sabemos que o dever cívico dos Portugueses é um dever menosprezado pelos mesmos?

3. Os boicotes. Acho ridículo o facto de algumas populações mais remotas utilizarem um referendo como uma oportunidade para ganhar a atenção dos média. E os seus motivos? Uns motivos irrelevantes no plano Nacional e uns motivos que poderão ser classificados como ridículos.

Filipe Lello Ortigão Guimarães disse...

Essas afirmações não tem nada de burro nem ignorante, pelo contrário. Creio que a única conclusão que se pode fazer é mesmo essa, referendo são inúteis. E achei particularmente interessante o seu 1º ponto, de facto de votamos nos nossos homens de confiança e temos para as decisões do país mais de 200 deputados, devemos lhe confiar as decisões, desde a mais simples às mais polémicas. Quem votou é porque confia, quem não votou não tem direito de falar DE TODO.

Referendo é caro, e causa descrença do povo Português pelo sistema eleitoral. Não votam, vêm que outros fazem o mesmo e assim são encorajados para fazerem o mesmo na próxima vez. Quanto aos boicotes, é pequenez no seu esplendor, são terras perdidas por este Portugal, pelo Interior que só assim têm hipóteses de serem (minimamente) falados.

Resta me agradecer o seu contributo e focar o seu argumento número 1 que de facto é um excelente ponto de vista.

Duarte Paul disse...

Peço desculpa mas só agora é que reparei que o meu comentário não foi assinado.
Duarte Paúl

Anónimo disse...

http://starmymind.blogspot.com/

Anónimo disse...

Sem duvida que na minha opiniao ganhou o melhor - a abstenção.

A verdade é que todo este referendo sobre o aborto serviu de circo (à falta de pão...), manteve os telejornais com algum assunto e as pessoas distraídas do que se vai fazendo no Governo.

Teria sido muito mais simples, barato e igualmente eficaz simplesmente avançar com a lei. Se o fazem para medidas que nos afectam bem mais directamente (como aumentar os impostos), porque não o fizeram quanto a este problema?

Espero, mas duvido, que fique a lição: referendos são inúteis.