Uma pequena reflexão (TGV -> Lisboa - Porto)

Caros companheiros bloguistas

Hoje tive o prazer de receber o convite, por parte do mentor deste fantásticos projecto, para participar e comentar neste blog. Desde logo aceitei e resolvi criar um novo post com um tema bastante polémico e que me deixa pessoalmente bastante preocupado. A ligação entre Lisboa e Porto pelo TGV. Gostaria de saber como é que é possível alguém que assume um compromisso de gerir um país, com as dificuldades do nosso aceita ir para a frente com um projecto como este. Que para além de ser estupidamente caro não é minimamente rentável, porque é que não melhoramos aquilo que temos? Somos um país rico? Deitando uma olhadela a países que fazem contas e não desbaratam os recursos de que dispõem, tanto na Dinamarca, como na Noruega, Suécia e Finlândia, a primazia foi dada aos comboios pendulares. Na Dinamarca está em curso um plano de renovação das vias, de forma a permitir uma velocidade máxima de 200 km/h. Porque é que Portugal não utiliza a mesma medida que a Dinamarca? Será que por uma diferença de 15 minutos justifica o investimento de 6 mil milhões de Euros? Mas como um blog não existe só para criticar deixava aqui algumas sugestões, se temos um governo que aposta fortemente nas grandes obras públicas, por o menos que sejam investimentos que beneficiem as populações então não nos falta o que fazer na área das obras públicas, face às enormes carências de que o país sofre. Sem esgotar a matéria, e sem respeitar a hierarquia das necessidades e dos investimentos, parecem-nos de salientar os seguintes problemas:

-Energia: reduzir a factura energética na produção de hidroelectricidade (estão aproveitados cerca de 50% dos nossos recursos) e desenvolver as energias também renováveis (eólica, das marés, etc.);

-Estradas: com o crescimento do parque automóvel, não é possível abandonar quer a rede principal, quer a rede regional, e, talvez mais ainda, a rede municipal, onde as carências são enormes;

-Saúde: há um mundo de coisas a fazer para suprir as deficiências, insuficiências e incapacidades das infra-estruturas da saúde (hospitais, centros de saúde, equipamentos técnicos vários ,etc)

-Abastecimento de água às populações: estão resolvidos todos os problemas? Não será de começar a pensar na “dessalinização” da água do mar, em grande escala, face à “pressão” das sucessivas secas periódicas?

-Saneamento básico: a depuração das águas residuais, a despoluição dos cursos de água, o tratamento de resíduos sólidos urbanos e dos resíduos industriais perigosos estão longe, muito longe de estar resolvidos.

Gostava de ouvir a vossa opinião sobre este tão polémico projecto.
Saudações Bloguistas